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Os desafios do financiamento de um projeto – Sindicatos e Associações

É necessário ter recursos financeiros para dar vida a seu projeto. Parece besteira apontar isso, mas nem só de esforço físico vive um sonho você pode ler um pouco sobre isso e mais no texto Reflexões sobre desafios de sindicatos e associações.

Apesar do fim da contribuição sindical obrigatória (maior fonte de renda para essas instituições), ainda se mantém a representação obrigatória de todos os membros das categorias pelos respectivos sindicatos. Diante disso, é preciso repensar o modelo de subsistência dos sindicatos e associações. Até porque, continuam como instrumentos normativos para todos os membros das categorias, sejam associados ou não.

A independência financeira das entidades sindicais e associações em geral se dá pela capacidade de exercerem livremente suas atividades mediante recursos próprios. Esses recursos evidenciam a livre atuação, ao passo que as mantém livres de intervenções externas, prestando contas a seus associados e para a sociedade. Afinal, o patrimônio dessas entidades consiste no conjunto de bens que servem para o cumprimento de suas finalidades de representação e de defesa de interesses dos trabalhadores e associados.

Cadê o dinheiro?

De forma geral, a contribuição sindical obrigatória era muito mais barata para o associado (ou não) do que a contribuição associativa geral. Pode não parecer, mas para o profissional da ponta, a cobrança compulsória se mostrou mais barata no longo prazo. A taxa anual cobrada na fonte garantia estabilidade para as instituições e as permitia um planejamento mais assertivo de suas ações. E por que mais barata?

Com a queda da obrigatoriedade, muitos sindicatos e associações precisaram aumentar o valor das mensalidades para custear suas atividades. Em um cenário de queda no número de associados – já observado antes da Reforma Trabalhista -, essa ação ajudou a espantar o pessoal (pelo bolso). Uma tentativa válida de compensação administrativa, mas decidida muito mais pela necessidade imediata de resolução de um problema do que pelo planejamento de opções disponíveis.

Formas de fomentar o seu projeto

Diante de momentos de crise, o gestor e sua equipe devem desenvolver formas de manter seu projeto saudável. Conseguir recursos financeiros é um desses pilares. Listamos abaixo 02 formas de capitalização extra que vemos como vantajosas e que podem ser consideradas diante da realidade atual, em complemento a ações capazes de trazer mais associados para o projeto:

1.    Serviços

Essa nos parece ser a forma mais importante de financiamento de sindicatos e associações para o momento, capaz de agregar valor para a instituição e afetar diretamente a vida de não associados.

As instituições podem e devem oferecer serviços. Essa oferta de prestação de serviços precisa trazer benefícios aos associados (como descontos ou até a isenção de taxas) e ser viável como fonte de renda para a instituição, com cobrança para interessados externos.

Por exemplo: muitos sindicatos já oferecem assessoria jurídica a seus associados. Os gestores podem promover a assessoria especializada a uma população geral, cobrando taxas e viabilizando uma forma de renda capaz de ajudar a fomentar o projeto. Outra ideia a se pensar é: cursos profissionalizantes. Por meio de cursos de formação, a entidade pode encontrar novas formas de patrocínio, com parcerias e mensalidades, demonstrando ao mesmo tempo cuidado com seus associados e expandindo seu alcance para não associados.

Aqui, cabe a criatividade do gestor e sua equipe em fornecerem alternativas interessantes para cativarem um público (não associado) ao projeto já existente, por meio de um bom serviço, divulgador da marca da instituição.

1.    Crédito Bancário

Quem nunca pensou em pedir dinheiro ao banco, seja para um CPF ou CNPJ? Essa é uma das maneiras mais tradicionais para captação de recursos, disponibilizado tanto por instituições financeiras públicas quanto privadas.

No crédito bancário, além dos juros e demais operacionais, o gestor encontra uma das formas de captação mais seguras. Contudo, para ser realmente viável, a instituição precisa ser elegível ao empréstimo e ter condições de arcar com o pagamento do empréstimo.

Ao gestor e equipe, cabe a responsabilidade de analisar e fazer uma boa pesquisa sobre as condições disponibilizadas por cada banco, como juros, encargos, prazos e parcelas. Tornar limpa para os associados todo o processo, explicando a necessidade e os benefícios dessa escolha, sem nunca esquecer que esse mesmo gestor e equipe são responsáveis pelo pagamento do empréstimo. Caso haja inadimplência e fique comprovada má gestão da entidade e dos recursos nesse processo, os diretores e gestor podem ser responsabilizados cível e criminalmente, inclusive sendo passível de penhora de bens pessoais.

Importante ressaltar que, conhecer todas as condições envolvidas na transação evita que o gestor firme compromissos que podem lhe trazer dívidas e dores de cabeça no futuro.

Essas duas opções levantadas não são as únicas formas possíveis de financiamento para as entidades. Eventos, parcerias externas, ações judiciais, imóveis e, principalmente, fortalecimento e crescimento da base de associados são opções que nunca devem ser desconsideradas e precisam caminhar juntas. Um trabalho realizado em todas as frentes é essencial para diversificar receitas e criar uma base sólida para a resolução dos grandes desafios de um projeto.

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